Pandemia // População indígena e profissionais da área de saúde serão os primeiros a receber a vacina contra a gripe suína em todo o Brasil.
Genebra - Apesar de confirmar que o vírus H1N1 não se mostrou tão perigoso como se temia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) defende a campanha de vacinação contra a gripe suína no Brasil, que começa na próxima segunda-feira, e apela para que a taxa de adesão da população seja alta.
Início da imunização em março visa prevenir número de casos no nverno do Brasil e Hemisfério Sul. Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press - 25/4/09
Em Pernambuco, os coordenadores municipais e regionais de Imunização e Vigilância Epidemiológica já foram capacitados para atender os profissionais de saúde e população indígena aldeada, primeiros a receber a vacina.
Na terça-feira, o organismo internacional reuniu seus especialistas e optou por manter o status da pandemia da gripe levando em considerações dois fatores diretamente ligados ao Brasil e ao Hemisfério Sul. O primeiro é a constatação de que a região entrará nos próximos meses no inverno e que então poderá ser comprovado se não haverá uma segunda onda mais forte de contaminações. Segundo Keiji Fukuda, diretor de influenza na OMS, essa foi a consideração dominante na decisão de manter a pandemia. Ele ainda apontou para o aumento de casos na África e admitiu que a OMS ainda está preocupada com as regiões mais pobres do Hemisfério Sul.
Um dos alertas da OMS é de que não há garantias de que os países do Hemisfério Sul tenham condições de lidar com um surto, caso seja de fato mais severo. O outro argumento é de que a declaração do fim da pandemia enfraqueceria as campanhas de vacinação que irão começar nos próximos dias, como a do Brasil.
A entidade admite que "houve incerteza se novas ondas adicionais de atividade do vírus poderiam ocorrer e que seria necessário evitar minar a preparação" dos países em desenvolvimento. Questionado sobre a utilidade da vacinação, Fukuda confirmou que a medida ajudará a frear o vírus. "O H1N1 estará circulando por bom tempo entre nós. Portanto, a vacinação tem ainda a capacidade de dar uma resposta a isso e deve ser realizada", disse. Segundo ele, pessoas vulneráveis podem ser salvas graças à vacina. Pernambuco registrou 154 casos da doença e outros 738 ficaram sob suspeita. Ao todo, houve seis.
Confira o calendário de vacinação divulgado pelo Ministério da Saúde:
Profissionais de saúde e indígenas - De 8 de março a 19 de março
Gestantes, doentes crônicos e crianças de 6 meses a 2 anos - De 22 de março a 2 de abril
Jovens de e 20 a 29 anos - 5 de abril a 23 de abril
Idosos (mais de 60 anos) com doenças crônicas - 24 de abril a 7 de maio
Pessoas de 30 a 39 anos - 10 de maio a 21 de maio